domingo, 12 de dezembro de 2010

Castanheiro do Vento



Apoie e contribua para este grupo do facebook (incluindo com fotos das escavações)

2011



Estão previstas (e em breve será confirmado/mais especificado o respectivo local/hora) duas conferências no Porto:


dia 26 de Fevereiro às 15 horas - por Joana Alves Ferreira, doutoranda da FLUP

dia 26 de Março (às 14,30 AG normal e eleitoral para o biénio 2011-2012) - por conferencista convidado, de que se aguarda confirmação.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Assembeia Geral de 4 de Dezembro de 2010

Conferência de Ana Vale sobre Castanheiro do Vento.



Aspecto da assistência.



ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COOPERAÇÃO EM ARQUEOLOGIA PENINSULAR (ADECAP)


ASSEMBLEIA GERAL
4.12.2010



CONVOCATÓRIA



NOS TERMOS DOS ESTATUTOS DA ADECAP, CONVOCO UMA ASSEMBLEIA GERAL PARA O DIA 4.12.2010, nas instalações do Centro Unesco do Porto (R. José Falcão, 100 - Porto) ÀS 14,30 HORAS, COM A SEGUINTE

ORDEM DE TRABALHOS

1) Apresentação e votação do relatório de actividades e de contas do ano de 2009, e do parecer do Conselho Fiscal.
2) Assuntos correntes da ADECAP, e apresentação do volume 13, de 2010, da revista Journal of Iberian Archaeology.


A PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA GERAL


SUSANA OLIVEIRA JORGE

No caso de haver atrasos/faltas de sócios, a AG realizar-se-á às 15 h. com qualquer número de sócios presentes. Seguir-se-á a anunciada conferência de Ana Margarida Vale (doutoranda da FLUP), e a apresentação também da revista TAE 50. Estas últimas actividades são de entrada livre.

Agradece-se mais uma vez a prestimosa colaboração da Fundação Eng. António de Almeida, Porto.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LANÇAMENTO DO JIA 13, 2010



Lançamento do JIA 13, de 2010





NÃO SE ESQUEÇA POR FAVOR E SE PUDER COMPAREÇA
!


CENTRO UNESCO DO PORTO
R. JOSÉ FALCÃO, 100

SÁBADO 4 DE DEZEMBRO ÀS 15 HORAS.


ENTRADA LIVRE.


AJUDE A ADECAP A SOBREVIVER FAZENDO-SE SÓCIO/A OU ACTUALIZANDO AS SUAS QUOTAS!

DIVULGUE POR FAVOR ESTE BLOGUE...

OBRIGADOS!



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Breve reflexão sobre alguns problemas das arquitecturas pré-históricas




10ª Mesa-redonda de Primavera

“Terra: Forma de Construir”

FLUP, Março 2006

publicado no livro homónimo, Lisboa, Ed. Argumentum, 2006

Breve reflexão sobre alguns problemas das

arquitecturas pré-históricas

por

Vítor Oliveira Jorge

DCTP-FLUP


Abstract: This brief text raises some questions about the so-called “prehistoric architectures” and their interpretation. It is based in the author’s experience of the study of some “passage gaves” and monumental precincts of the north of Portugal since 1978.




“Arquitecturas pré-históricas” é uma designação problemática, para não dizer imprópria, como objecto de reflexão, apenas usada aqui por comodidade.

Na verdade, o conceito de “pré-história” aponta para uma narrativa explicativa da continuidade/descontinuidade do ser humano, ou, se quisermos, da “cultura”, em relação à “natureza”, o que levanta muitas questões. A dicotomia natureza/cultura, por um lado (tão posta em causa por um número crescente de investigadores), e a “narrativa da continuidade” que a história pressupõe (criticada por Foucault e tantos outros autores), por outro, seriam temas intermináveis de debate.

Para simplificar (e passando também por cima da controvérsia em torno da noção de “sociedade”), por “sociedades pré-históricas” entendemos comunidades outras, que viviam na oralidade, baseadas na memória e numa certa estabilidade (mais aparente que real, mas de qualquer modo com ritmos de mudança muito diferentes dos nossos) escorada na atribuição de papéis sociais conforme o parentesco, o sexo, a idade, as relações de proximidade/vizinhança, e nas quais não havia um centro emissor de poder, formal, estabilizado, ou mesmo hereditário. Neste sentido, quase todas as comunidades e as formas de sociabilidade humanas foram “pré-históricas”.

Arquitectura é a “arte” de transformar o espaço numa rede de lugares e de trajectos significativos para as comunidades que os habitam ou neles circulam, através de materializações (por acrescentamento e/ou ablação) mais ou menos intensas. Se a entendermos isoladamente, como uma realidade trans-histórica, e portanto historicizável, divisível em “fases”/estilos (como em geral fazem as vulgares “histórias da arquitectura”), o conceito perde o interesse, ou cai no lugar-comum.

Introduzir “distinções” no espaço (arquitectura) e nos regimes de sociabilidade (estatutos dos indivíduos, grupos, entidades “políticas”) é uma questão evidentemente fundamental, na medida em que toda a “sociedade” é um sistema de distribuições de “poder” instaladas num espaço. Perdoe-se-me o esquematismo destas afirmações devido à brevidade do texto.

Em particular, as “arquitecturas pré-históricas” constituem portanto um campo apenas muito genericamente definido, com fronteiras esbatidas, que, visto à escala mundial, exigiria enciclopédico tratado. Está quase tudo por sistematizar a nova luz. Esse é um campo de curiosidade geral, ou de interesse, do autor destas linhas. O seu domínio “académico” de especialidade (tema de doutoramento e agregação na UP) são as arquitecturas pré-históricas do Norte de Portugal durante o IV, III e II milénios antes de Cristo.

Mas, mesmo aí, uma restrição se impõe: a sua base de experiência (que em arqueologia é um misto de prospecção e de escavação) é, apesar de todo o esforço, e dos trinta anos transcorridos, muito restrita: trabalho no Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira (distrito do Porto) entre 1978 e 1990; investigações pontuais em Castro Laboreiro, Melgaço (distrito de Viana do Castelo) (de 1992 a 1994); e co-direcção das escavações de uma colina monumentalizada, em curso, desde 1998 (Castanheiro do Vento, Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda). Paralelamente, o autor pôde participar de forma mais ou menos exaustiva em trabalhos de outros colegas, nomeadamente de Susana Oliveira Jorge (DCTP-FLUP), desde os anos 80, principalmente na própria Serra da Abororeira, nas regiões de Chaves e Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real) e no sítio de Castelo Velho de Freixo de Numão, em Foz Côa.

Essas experiências, unidas a 33 anos de docência e estudo, e a visitas a sítios arqueológicos estrangeiros, permitem talvez formular algumas questões (e o modo da questionação tem sido o preferido pelo autor, interessado mais pelo que não sabe do que pelo que já sabe) que eventualmente interessem a arqueólogos e arquitectos, cujo trabalho interdisciplinar tanto se imporia. São simples notas, escritas ao correr do teclado e do raciocínio, no intervalo de escavações.

Algumas tem já sido afloradas em trabalhos anteriores, nomeadamente em livros, onde se pode encontrar uma bibliografia mais exaustiva (*). Aqui irão ser brevissimamente expostas sob a forma de esquema, ou conjunto de tópicos. O leitor dará o devido desconto ao esquematismo e carácter por vezes assertivo próprios de um tal esquema, que num trabalho maior se diluiriam. Por outro lado, muito do que hoje sabemos é apresentado sob a forma negativa, ou seja, a extensão do nosso conhecimento procede também aqui por descarte, por ablação (eliminação do inverosímil), e não por acumulação ou acrescento, no sentido positivista, como se se tratasse de juntar as peças de um “puzzle” (nostalgia infantil da totalidade).

- a arquitectura pré-histórica não partia de um esquema, programa, ou projecto “feito” ou concebido primeiro no papel ou na mente. Construir não era “erigir para fazer lá coisas”. Construir (incluindo o destruir o o abandonar) era uma extensão de outras actividades, uma forma, entre muitas, de dar sentido, orientação, à acção colectiva;

- construir não era domesticar uma suposta natureza externa, era procurar diversificar nichos dentro dessa “natureza” (conceito nosso) onde as sociabilidades se exercessem e adquirissem um mínimo de estabilidade que permitisse a sua reprodução e a própria sobrevivência;

- construir não era fazer só de uma vez um edifício inteiro, mas ir fazendo; isso não significa que certas construções não conhecessem fases de maior actividade, seguidas de outras fases de certa “paragem”, tanto ao nível do ano, como ao longo de uma vida humana, como trans-geracionalmente;

- este problema das “fases” de estabilização física dos lugares (períodos em que aí se não exercia tanta actividade transformadora à escala do sítio) “versus” a de momentos de maior “input” de energia/esforço/acção concertada é dos mais interessantes e difíceis que a arqueologia tem de resolver;

- construir não era utilizar inertes providos de qualidades físicas para os incorporar em novas estruturas. Construir (como noutras acções) era transformar: ir buscar a muitos lados “coisas” (pedras, argilas, água, madeiras, ramos, artefactos portáteis, etc.) prenhes de conotações;

- Construir era mudar a relação espacial e estrutural das coisas: era unir num espaço o que estava disperso por muitos espaços; era escolher de uma grande diversidade de opções; era essencialmente um modo de viver como comunidade;

- a lei do menor esforço, da utilização de materiais próximos, da “pura funcionalidade” (ideias do presente) são ecrãs que não nos permitem ver como estas comunidades poderiam conceptualizar o espaço e viver imersas nele, nas suas variadíssimas qualidades disponíveis para a acção humana;

- por “qualidades” entende-se aqui um misto do que hoje denominamos funcional e do que designamos simbólico. Todo o universo humano é constituído por qualidades, quer dizer, características das matérias, que iam desde a a sua resistência, formas de interagir com elas, tacto, cheiro, peso, etc. Estamos a falar de um universo conotativo (e não meramente denotativo), onde tudo são signos, cada coisa aponta para outras e insere-se num sistema de significações;

- este sistema de significações não é um elemento a “priori”, mas um dado negociado permanentemente. e portanto plástico, se bem que podendo ser temporariamente estabilizado por “tradições”. As tradições (traduzidas ao nível da arquitectura por “estilos”, por exemplo) são sempre uma forma de os grupos se entenderem sobre o que não vai mudar por um tempo, são uma forma de tentar estancar o tempo; mas como sabemos as tradições mudam e criam–se, sedimentando-se por vezes com certa rapidez;

- construir uma habitação ou um abrigo teria de ser diferente de construir um espaço destinado a ter uma conotação mais abrangente ou colectiva. Nesse sentido, as chamadas necrópoles megalíticas, os recintos liticos, os sítios delimitados por fossos e/ou muros, as colinas monumentalizadas (como Castanheiro do Vento), etc., seriam uma forma das comunidades, pela acção concertada e sujeita a formas de poder difuso e lideranças/obediências (estatutos) incorporados, se construírem e desconstruirem a si próprias;

- a monumentalidade, a padronização nas formas, a aceitação colectiva de “normas” podiam ir a par com formas de liderança e com diferenças de estatuto ainda relativamente tênues;

- O não-dito e o subentendido são sempre mais importantes do que o verbalizado ou expresso; e aqui estamos perante expressões de uma prática que se reproduzia a si mesma pela acção no mundo real;

- em Castanheiro do Vento, por exemplo, observamos como havia regularidades no sistema de deposição das coisas, no entramado que a arquitectura constituía, e que não era necessariamente para ser visto, muito pelo contrário;

- notamos regularidades adentro desse sítio, que em certos casos confirmam as observadas em Castelo Velho, noutros as completam. Por exemplo: estas colinas monumentalizadas eram providas de redutos centrais mais elevados, rodeados de anéis concêntricos (o que também se observa em sítios da Estremadura portuguesa, do Sul de Espanha, etc.);

- A densa acumulação de estruturas menores nos “espaços livres” deixa adivinhar quase um sistema de “favos”, ou aglomerações de volumes, com uma infinidade de circuitos possíveis pelo meio, que tanto se podiam fazer como desfazer, dada a facilidade com que os embasamentos de xisto e as superestruturas de argila seriam susceptíveis de serem remodelados;

- a importância dos limiares não pode ser esquecida. Se esses limiares, ou barreiras (muros) continham células (à maneira das câmaras dos dólmens de corredor de câmaras múltiplas), a que chamamos convencionalmente “bastiões”, estes estabeleciam a possibilidade de vincar a importância desses limiares, associando-os à deposição de coisas no seu interior;

- claro que as passagens também seriam importantes limiares, quer abertas, quer fechadas, tanto mais que a chamada por nós paisagem estaria em parte invisível no interior dos recintos, tornando “críticos” os pontos de observação;

- os “bastiões” assumiam assim (como tudo nestes sítios, aliás...) uma polivalência notória. Vistos de fora, eram protuberâncias dos muros, observáveis de longe, espaçadamente distribuídas. Identificavam um “estilo de construir”, provavelmente com os seus telhados cónicos contrastando com a linearidade e carácter plano do topo dos muros. Observados (vividos) de dentro, seriam câmaras, ou “cápsulas” protegidas, que continham coisas, as quais estavam cuidadosamente ligadas à trama geral do sítio, das comunidades que permanentemente o fabricavam (fazendo elas mesmas parte dele pela sua presença física);

- não é de descartar que as várias fracções da comunidade que contribuíam para a manutenção das acções nestes lugares especiais estivessem ligadas a partes dele, e nomeadamente que a circulação de coisas no interior dos recintos fizesse parte de um complexo agenciamento/negociação de estatutos, quer dizer, de identidades e de diferenças;

- a maior parte do que se encontra nestes complexos monumentais foi trazida de fora (argila, água, ramos, etc.) e, mesmo ao nível dos objectos portáteis (vasos, objectos de pedra polida, elementos de moinhos manuais em granito, etc.) muitos ocorrem já “inutilizados” (para usar uma linguagem actual), ou seja, em posição secundária;

- é muito verosímil a hipótese de que tais elementos viessem de pontos diferentes do território e pudessem ser acoplados nestes complexos como forma de simbolizar (de fixar temporariamente pela acção) o próprio colectivo, se não mesmo a realidade do cosmos;

- isso, a acontecer, significava que tal colectivo estava numa fase de afirmação, de constituição identitária, ou seja, que se fabricava como ficção necessária à sobrevivência no próprio acto de permanentemente modelar e remodelar os materiais e os espaços;

- a padronização, que se nota em Castanheiro do Vento nos mais pequenos elementos, desde as pedras/lajes em cunha (por vezes muito pequenas) colocadas junto aos embasamentos, até aos grandes fragmentos cerâmicos aí insertos, ou a inclusão de percutores em quartzo, aos milhares, nos interstícios dos muretes, etc., revela uma vontade de ordem, de regularidade;

- essa ordem, aliás extensiva a cores e texturas das pedras usadas nos contrafortes em embasamentos, e dos artefactos portáteis, como por exemplo pequenas placas afeiçoadas intencionalmente, etc., etc., mostra uma rica cosmovisão, cheia de conotações, onde o diálogo dos seres humanos com o mundo seria constante;

- talvez que estes sítios fossem operadores desse diálogo a uma escala colectiva, e portanto elementos constitutivos de uma vivência comunitária que permitisse a negociação entre indivíduos, grupos, comunidades, à escala regional e trans-regional;

- é indubitável a existência de elites e a capacidade de estabelecer contactos a distância, articulando vastas regiões;

- resta saber, entre muitas coisas, como se relacionavam estas “cabeças de territórios” com os grandes acidentes geomorfológicos. Seriam estes últimos que marcariam os limites de “territórios” (conjunto de colinas de que o alto da Senhora do Viso, para leste de S. João da Pesqueira, seria o ponto culminante, por exemplo), ou antes, o seu centro? Ou estaremos de novo a entrar num campo perigoso de dicotomias, sendo que as fronteiras entre populações eram difusas?

- Quase tudo está por saber, neste ramo do conhecimento como em qualquer outro. Resta-nos conviver com esse maravilhoso desconhecimento, substituindo o regime do dogma pelo regime da questionação, e o sistema do indivíduo iluminado pelo da construção colectiva, pela aprendizagem em comum, que dê também lugar aos contributos individuais. Repetindo nos sítios pré-históricos o mesmo problema de outrora: a luta constante pelo estatuto, pela identidade e pela diferença, pela distinção.

Porto, 23.7.06

(*) Ver, por exemplo:

Projectar o Passado: Ensaios sobre Arqueologia e Pré-história (Lisboa, Ed. Presença, 1987); Arqueologia em Construção: Ensaios (Lisboa, Ed. Presença, 1990); Arqueologia, Património e Cultura (Lisboa, Inst. Piaget, 2000); Olhar o Mundo como Arqueólogo (Coimbra, Quarteto, 2003); A Irrequietude das Pedras. Reflexões e Experiências de um Arqueólogo (Porto, Afrontamento, 2003); Vitrinas Muito Iluminadas. Interpelações de um Arqueólogo à Realidade que o Rodeia (Porto, Campo das Letras, 2005); Fragmentos, Memórias, Incisões. Novos Contributos para Pensar a Arqueologia como um Domínio da Cultura (Lisboa, Colibri/IELT, 2006). Ver ainda, por exemplo, Jorge, S. O., O Passado é Redondo. Dialogando com os Sentidos dos Primeiros Recintos Monumentais, Porto, Afrontamento, 2005, e Jorge, V. O. et al. (eds), Approaching “Prehistoric and Protohistoric Architectures” of Europe from a “Dwelling Perspective”, Porto, ADECAP, 2006.

Colloque : La Préhistoire des autres à Paris




Colloque : La Préhistoire des autres

Comment l’archéologie et l’anthropologie abordent le passé des sociétés non occidentales


Publié le 25 novembre 2010 ·

Colloque international organisé par l’Inrap et le musée du quai Branly mardi 18 et mercredi 19 janvier 2011.
Programme en cours de rédaction.
Comment l’anthropologie prend-elle en compte le passé des sociétés dites « tribales » qu’elle étudie ? Comment ces sociétés se représentent-elles leur passé et comment l’archéologie peut-elle leur apporter une profondeur historique ? Quel est l’apport de l’archéologie à la connaissance de ces sociétés souvent appréhendées de manière intemporelle ? Dans quelle perspective historique et archéologique replacer ces sociétés ? Comment, en retour, l’anthropologie et l’archéologie des sociétés non européennes permettent-elles de donner des perspectives renouvelées à l’archéologie « occidentale » ?
Associant archéologues et anthropologues travaillant sur des cultures non occidentales, ce colloque présentera les avancées récentes dans le champ de la recherche, en mettant l’accent sur la Préhistoire et la Protohistoire non occidentale. Synthèses générales et études de cas permettront de faire le point sur la diversité des domaines et des zones géographiques abordées.

Théâtre Claude Lévi-Strauss
Accès libre dans la limite des places disponibles
Mardi 18 janvier 2011
9h30
Ouverture
Stéphane Martin, musée du quai Branly
Jean-Paul Jacob, Inrap

Archéologie et anthropologie sociale
Dans la tradition anglo-saxonne, l’archéologie est un des champs de l’anthropologie tandis qu’en France elle a historiquement partie liée avec l’histoire et l’histoire de l’art. Au-delà des traditions disciplinaires, ces différentes affinités sont autant de sources d’analyse et d’interprétation complémentaires pour saisir la « Préhistoire des autres ».
Séance présidée par Anne-Christine Taylor, musée du quai Branly

10h
La Préhistoire des autres : du déni au défi
Alain Testart, cnrs, Laboratoire d’anthropologie sociale

10h30
Seuls les singes ont une « nature humaine »
Marshall Sahlins, The University of Chicago

11h
Imaginaire, symbolique et institutions
Maurice Godelier, cnrs

11h30
Lascaux ou la naissance de l’art « non occidental »
Margaret Wright Conkey, Berkeley University of Califronia

12h
Traditions céramiques et identités sociales en Afrique : une autre histoire ou simplement de l’histoire ?
Olivier Gosselain, Université libre de Bruxelles

12h30
Discussion

Les sociétés dans leur environnement
Source de gibier et de matières premières pour les chasseurs-cueilleurs, l’environnement naturel assure une certaine stabilité des populations. Avec la domestication des plantes et des animaux, avec la sédentarisation et l’urbanisation, l’exploitation de l’environnement s’intensifie, mais aussi les risques et les perturbations.
Séance présidée par Danièle Lavallée, cnrs

14h30
La co-évolution homme-environnement
Sander Van der Leuuw, Arizona State University, Tempe

15h
L’agriculture a-t-elle eu un rôle important dans l’organisation sociale de l’Amazonie ?
Eduardo Góes Neves, Universidade de São Paulo

15h30
Little Foot à Sterkfontein (Afrique du Sud) : géomorphologie d’un « chasseur chassé »
Laurent Bruxelles, Inrap

16h
Les premiers ensembles de céramique de Saint-Louis sur le bas Maroni en Guyane française
Martijn Van den Bel, Inrap
16h30
Usages des coquillages dans les sociétés précolombiennes des Petites Antilles : éléments de systèmes techniques, sociaux et culturels
Nathalie Serrand, Inrap, cnrs umr7209

17h
La figure atemporelle du « nomade des steppes » en Asie intérieure
Carole Ferret, cnrs, Laboratoire d’anthropologie sociale

17h30
Discussion
Mercredi 19 janvier
Les sociétés et leurs objets
Longtemps considéré comme simple marqueur chronologique ou indice de « progrès », la culture matérielle a pris depuis une trentaine d’années une place centrale dans les disciplines anthropologiques et archéologiques. En s’appuyant sur l’étude des chaînes opératoires, la culture matérielle permet d’accéder aux dimensions technologiques, économiques et sociales du passé.
Séance présidée par Pascal Depaepe, Inrap

9h30
Pincevent entre archéologie et anthropologie
Claudine Karlin, cnrs

10h
La percussion tendre organique dans les industries acheuléennes en Afrique de l’Est
Sophie Clément, Inrap, Université Paris ouest Nanterre, umr7055

10h30
Les industries lithiques de Blombos (Afrique du Sud) : apports de l’expérimentation à l’histoire des techniques.
Vincent Mourre, Inrap, Laboratoire traces, umr 5608

11h
Comprendre les mégalithes de Sénégambie : généalogie des modèles explicatifs
Augustin Holl, Field Museum of Natural History, Chicago

11h30
L’unification culturelle de la vallée du Nil au IVe millénaire
Nathalie Buchez, Inrap, Laboratoire traces, umr 5608

12h
La culture matérielle des sites néolithiques et protohistoriques en contexte dunaire au Sénégal
Sandrine Deschamps, Inrap, cnrs umr 7041


L’idéel et le matériel
Avec leurs pratiques funéraires et leurs festins, mais aussi leurs techniques agricoles et leurs architectures, les groupes humains intègrent leurs activités symboliques dans leur quotidien. Pouvoir, cohésion, différences, identité… s’expriment à la fois dans les dimensions matérielles et idéelles du vécu des sociétés passés et présentes.
Séance présidée par Maurice Godelier, cnrs

14h30
Des objets pour penser l’indicible. La nécessaire convergence des théories de la culture matérielle.
Pierre Lemonnier, cnrs-université de Provence

15h
Pratiques funéraires dans les sociétés agricoles néolithiques au Levant
Fanny Bocquentin, cnrs, et Nicolas Samuelian, Inrap

15h30
Culture matérielle et objets-symboles : la question du nomadisme dans les steppes mongoles aux environs de notre ère
Hélène Martin, Inrap et Guilhem André, musée Guimet

16h
Pratiques funéraires des Chachapoyas dans les Andes péruviennes
Sonia Guillén, Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, et museo Mallqui, Leymebamba,

16h30
Un sanctuaire marin de l’Arabie néolithique
Vincent Charpentier, Inrap et Sophie Mery, cnrs

17h
Igname décorées des Nyamikum Abelam de Papouasie-Nouvelle-Guinée : Chaîne opératoire d’un « objet social total »
Ludovic Coupaye, University College of London

17h30
Conclusion
Michaël Rowlands, University College of London

18h
Discussion
Programmation
Anne-Christine Taylor, musée du quai Branly
Paul Salmona et Nathan Schlanger, Inrap

En partenariat avec Sciences et Avenir, Le Journal des Arts et Le Monde


Source: liste de discussion Archport (envoyée par F. S. Lemos)

Archaeology under threat in UK








Archaeology under threat in UK

'Perfect storm' of proposed cuts throws field into crisis.

Matt Ford

UK archaeologists are facing a wave of cuts that they say will lead to a loss of skills and take the teaching of the subject "back to the 1950s".

To cut its national budget deficit, the UK government has launched an austerity programme that will see research funding stay static for the next four years (see 'UK scientists celebrate budget reprieve' ). But archaeology is expected to be hit particularly hard, because the subject depends on a combination of public institutions run by several different government departments that are all seeing simultaneous budget reductions. "It seems like a perfect storm of factors is coming together," says Mike Heyworth, director of the Council for British Archaeology, an educational non-governmental organization.

Although precise details of where the axe will fall are still emerging, the trend is already clear. At least 200 jobs will go at English Heritage, the government-funded body charged with managing the historic environment.

English Heritage receives about £130 million (US$205 million) per year in government funding, but this will be cut by 32% over the next four years, greater than the 24% savings demanded of its parent body, the government's Department of Culture, Media and Sport (DCMS). As a consequence, new archaeological grants will be cut by a third.

"The cut to English Heritage's grant from government will be exceptionally challenging to manage after years of funding decline," said Kay Andrews, chair of English Heritage. "It will require us to make some tough decisions."
In ruins
Museums will also face a squeeze from both local and national government. The DCMS has announced that it aims to transfer responsibility for the department's non-national museums to "other bodies". Four museums in the county of Hampshire are now to be run by volunteers, and Grantham Museum and Stamford Museum in Lincolnshire are to close. The Federation of Archaeological Managers and Employers has warned that in many parts of the country, there is now no museum space to store and preserve important finds uncovered by archaeological teams.

“There is a real danger we will start to get only students from wealthy backgrounds applying, and that will take us back to the situation in the 1950s.”
Some counties are expected to lose their archaeological officer, the main adviser on archaeological matters involved in planning building work, prompting fears that sites will be destroyed by developers without being recorded.

At the University of Bristol, the department of archaeology is facing the loss of 4 out of a total of 16 staff posts, despite its high profile, having been closely involved in the popular Channel 4 TV show Time Team, as well as the BBC2 seriesCoast.

Some university field units, such as the University of Manchester Archaeological Unit, have already closed. "This will affect universities' ability to dig," says Chris Cumberpatch, vice-chairman of Rescue — the British Archaeological Trust, an organization trying to map the effect of the cuts as they emerge.
Only for the rich
In addition, the proposed government increase in university fees means that all students will now have to pay £6,000–9,000 per year to study. "Archaeology departments will have to charge at least £7,000 to stand still," says Anthony Harding, an archaeologist from the University of Exeter and chair of the archaeology section of the British Academy, Britain's national academy for the humanities and social sciences. "There is a real danger we will start to get only students from wealthy backgrounds applying, and that will take us back to the situation in the 1950s."

As yet, the British Academy itself has not had its funding cut, and is in discussion with its parent body, the Department for Business, Innovation and Skills, about its share of the overall research budget, says Robin Jackson, the academy's chief executive.

But according to Harding, the academy has already axed its Small Research Grant scheme, which may affect Britain's capacity to work overseas. "Archaeologists typically used this to set up international collaborations," he says. "So that alone will cause a big decline in archaeological research of all kinds."

"I am very disturbed to hear about the cuts," says Valerii Kavruk, director of the Museum of Eastern Carpathians, Sfântu Gheorghe, Romania. "For some years I have had a collaboration with British scholars funded by small grants from the British Academy and using students from British universities. Such projects will have great difficulty taking off in the future."




Although the cuts are intended to save money, Heyworth says that they could lose the country a valuable source of revenue. "We are facing a huge loss to national wealth because the government is ignoring what heritage contributes to tourism," says Heyworth. According to the Anholt-GfK Roper Nation Brands Index, which assesses and ranks the reputation of different countries, potential visitors to Britain rank museums as their fourth favourite activity out of 32 possibilities.

Toby Sergeant, a spokesman for the DCMS says: "These are tough times but we hope that the cuts will not impact too much on frontline services."


Source: Archport list
(sent by F.S. Lemos)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Para memória- Seminário sobre Tim Ingold

ADECAP
Associação para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Peninsular
Porto, Portugal

SEMINÁRIO DE REFLEXÃO INTERDISCIPLINAR

2004

TIM INGOLD : PERCEPÇÃO E MEIO

Porto, 20 e 21 de Dezembro de 2004
10-13 h; 15-19 h.
(início das férias escolares de Natal)





Considerando:

1º Que a obra do antropólogo britânico Tim Ingold (Univ. de Aberdeen) é de uma extrema importância para o campo das ciências sociais e humanas e não só, abraçando numa síntese de clareza invulgar a antropologia social (ou cultural), a psicologia ecológica, a biologia do desenvolvimento e a fenomenologia;
2º Que esse autor se deslocará a Portugal (Porto) em Maio de 2005, a convite da Universidade do Porto (DCTP-FLUP), e que esse momento marcará uma oportunidade excepcional de conhecer melhor o autor e a obra, havendo toda a vantagem em algumas pessoas, no mínimo, e das mais diferentes áreas do saber, se prepararem para participar frutuosamente nesse diálogo;
3º Que é no livro “The Perception of the Environment . Essays in Livelihood, Dwelling and Skill”, London and New York, Routledge, 2000 (ISBN –paperback – 0-415-22831-X) que essa obra culmina, de forma a torná-lo um livro de importância excepcional, destinado a ser uma das mais influentes bases de trabalho das próximas décadas, como o foi “La Pensée Sauvage” de Lévi-Strauss, ou as obras de Leroi-Gourhan, “Le Geste et la Parole” e “Évolution et Techniques”, nos anos sessenta do séc. XX;
4º Que faltam espaços de reflexão aprofundada interdisciplinar em Portugal sobre o movimento científico contemporâneo, que fujam da lógica do espectáculo/mercado e que contribuam para produzir reais sinergias entre temáticas transversais,

Propõe-se:

- a realização de um primeiro seminário relativamente informal (mesa-redonda) a que damos o nome de Tim Ingold: Percepção e Meio (em referência àquele livro e seu autor), inteiramente baseado no mesmo livro;
- tal seminário será aberto a 23 intervenientes, nacionais ou estrangeiros, que dominem o português (língua a utilizar no seminário), tantas quantos os capítulos daquele livro, e será coordenado pelo signatário, que orientará os trabalhos;
- o perfil científico desses intervenientes – psicólogos, ambientalistas, filósofos, antropólogos, sociólogos, geógrafos, arqueólogos, historiadores, especialistas das ciências da informação e da comunicação, etologistas, biólogos, etc. - poderá e deverá ser muito diversificado, situando-se a temática abordada pelo Prof. Ingold num cruzamento imenso de saberes que passa pelo questionamento da relação natureza/cultura, e todas as dicotomias suas derivadas, muito típica do pensamento ocidental dos últimos séculos;
- a ordem das intervenções será a própria ordem dos 23 capítulos que compõem o livro;
- poderão participar também sócios da ADECAP como auditores (no caso de não serem intervenientes, é claro); o número de lugares será limitado aos condicionalismos da sala (esse e outros aspectos logísticos serão ainda a definir)
A página da ADECAP é: http://www.gt.estt.ipt.pt/adecap/
- tal seminário será gratuito, mas também sem quaisquer encargos (logísticos ou outros) para a ADECAP, além dos decorrentes da concepção/divulgação/ organização pré-encontro;
- pede-se naturalmente aos participantes a máxima qualidade da sua intervenção, e a autorização para a possibilidade de se vir a publicar, pela melhor via a definir, o(s) resultado(s) mais substancial(ais) e inovador(es) do seminário (poderá ser apenas o debate final), permitindo os participantes que a ADECAP, ou qualquer outra entidade idónea com que ela contrate (sempre sem objectivos lucrativos, mas apenas de divulgação científico-cultural, tão ampla quanto possível), venha a editar esse resultado, sob forma de livro ou em qualquer outro suporte que se julgue adequado;
- cada participante fará uma curta exposição crítica de meia hora sobre um dos capítulos do livro, resumindo-o e dizendo o que pensa do mesmo;
- no fim, haverá um debate geral interdisciplinar, podendo, se o calendário assim o permitir, haver ainda debates intercalares mais curtos.


Condições de propositura:

1º Os colegas (investigadores, professores, estudantes de doutoramento ou pós-graduação) que desejem participar activamente neste seminário deverão em primeiro ligar conhecer bem a obra em causa e propor a sua intervenção pessoal sobre um dos respectivos capítulos;
2º Essa proposta será feita por mail para: vojsoj@sapo.pt, acompanhada de um breve curriculum vitae em formato RTF (attachment), pedindo-se que a enviem mal seja possível, e que nos chegue até 15 de Setembro de 2004;
3º Ao seminário, como se disse, deverão propor-se pessoas de áreas das ciências humanas e sociais, incluindo a filosofia, das ciências biológico – naturais, e, de uma maneira geral, de outras formações, que sintam aquela obra como interessante para justificar o seu máximo empenho no conteúdo do debate e no êxito da iniciativa;
4º No caso de haver mais do que um interessado no mesmo capítulo poderá considerar-se a hipótese de haver duas exposições sobre o mesmo ou, em alternativa, se sugerir a uma das pessoas um outro capítulo ainda “em aberto”;
5º A ADECAP designará um conjunto de 6 especialistas de diferentes matérias para coadjuvar o coordenador na organização dos conteúdos e propostas;
6º Dada a composição dos intervenientes não ser feita por convite, mas aberta a propostas, a ADECAP reserva-se, consultado aquele conjunto de especialistas, o direito de não aceitar uma proposta por manifestas razões científicas explicitadas a(o) interessado(a);
6º Ate 15 de Outubro de 2004 a ADECAP comunicará o programa definitivo a todos os participantes, incluindo toda a informação de que disponha sobre o encontro que seja pertinente para cada participante poder balizar melhor a sua intervenção.





Agradece-se desde já a todos os colegas que adiram a esta iniciativa, para a qual solicitamos a melhor atenção da comunidade científica em geral.
Agradece-se também a todas as instâncias interessadas a máxima divulgação na comunidade científica desta notícia, com o fim de se obterem as melhores sinergias possíveis entre as diferentes intervenções.
Sendo uma realização mais voltada para o debate entre pares do que para o público (embora, como se disse, ele possa estar presente dentro de condicionalismos, a explicitar melhor em próximo comunicado) o seu êxito medir-se-á não pelo eco social ou de número de pessoas directamente presente, mas pela qualidade intrínseca da reflexão produzida, e eventual obra que dela venha a resultar.


O local de realização do seminario*, a composicao daquele "conselho" ad hoc de especialistas, e outros detalhes serão comunicados brevemente aos participantes, logo que o elenco dos mesmos esteja definido.

Grato pela vossa atencao


Cordiais saudações do

Vítor Oliveira Jorge
Professor catedrático do DCTP - Arqueologia,
Universidade do Porto
Presidente da direcção da ADECAP
25 de Abril de 2004, Dia da Liberdade



____________

*Foi na Fundação Eng. António de Almeida, Porto

Estatutos da ADECAP

ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
COOPERAÇÃO EM ARQUEOLOGIA
PENINSULAR-ADECAP


E S T A T U T O S

CAPÍTULO I

Artigo 1º
(Natureza, denominação, duração e sede)
1 – É constituida, a partir de hoje e por tempo indeterminado, uma associação de investigação científica, cultural e profissional, sem fins lucrativos, denominada “Associa¬ção para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Peninsular”, abrevia¬da¬mente designada por ADECAP.
2 – A ADECAP tem a sua sede na Rua Aníbal Cunha, 39-3º, Sala 7, 4050 Porto, podendo ser alterada por deliberação da Assembleia Geral e criar delegações em qualquer localidade do território nacional.
3 – A ADECAP poderá filiar-se, associar-se ou aderir a organismos afins nacio¬nais ou internacionais, estabelecendo laços preferenciais com organismos afins da vizinha Es¬pa¬nha.

Artigo 2º
(Objecto e fins)
1 – A ADECAP tem por objectivos a promoção e o desenvolvimento da actividade de investigação científica, cultural e profissional no campo da arqueologia, colaborando com organismos, empresas e instituições universitárias e não universitárias, públicas ou privadas.
2 – Para a prossecução dos seus objectivos constituem atribuições principais da ADECAP:
a) A promoção de Congressos de Arqueologia Peninsular que se realizem em Portugal;
b) A promoção de acções conjuntas luso-espanholas no domínio da Arqueologia, nomeadamente colóquios, mesas-redondas, trabalhos de campo e outros estudos e publicações, tendo em vista incrementar o desenvolvimento da Arqueologia nos aspectos que interessam fundamentalmente a Portugal e Espanha, nomeadamente em áreas transfronteiriças;
c) A permuta de informações com outras instituições afins.

Artigo 3º
A ADECAP rege-se pelos presentes estatutos, pela lei geral aplicável e supletivamente por regulamentos internos e pelas disposições particulares que, caso a caso, forem estabelecidas em convénios e protocolos celebrados entre a associação e outras instituições.

CAPÍTULO II

Artigo 4º
(Associados)
1 – Os associados, pessoas singulares ou colectivas agrupam-se em três categorias:
a) Associados Fundadores;
b) Associados Aderentes;
c) Associados Honorários.

2 – São associados fundadores os que intervêm na escritura de constituição da associação e os admitidos no prazo de dois anos após a sua constituição.
3 – São associados aderentes as pessoas colectivas ou individuais a quem a Assem¬bleia Geral, por iniciativa própria ou sob proposta da Direcção atribua tal categoria.
4 – A ADECAP e os seus associados poderão definir, em protocolo, formas específicas de colaboração no âmbito das suas atribuições.
5 – São associados honorários, personalidades ou instituições, a quem a Assembleia Geral, sob proposta da Direcção, atribua tal estatuto de honra pelo valor científico de trabalhos prestados ou pela colaboração também prestada à ADECAP.

Artigo 5º
(Direitos dos associados)
1 – Constituem direitos dos associados:
a) Eleger e serem eleitos para os órgãos da associação, nos termos destes estatutos;
b) Tomar parte e votar na Assembleia Geral, elegendo a respectiva mesa;
c) Requerer a convocação das assembleias gerais extraordinárias, nos termos do número três do artigo décimo primeiro;
d) Apresentar sugestões relativas à realização dos objectivos estatutários;
e) Participar nas actividades da ADECAP e usufruir de todas as regalias que ela proporcione nos termos regulamentares;
f) Solicitar aos órgãos sociais as informações e esclarecimentos que tiverem por convenientes sobre a condução das actividades da associação, nomeadamente, ser informado dos resultados que esta levou a cabo;
g) Examinar as contas, documentos e livros relativos às actividades da ADECAP nos oito dias que antecedem a Assembleia Geral;
h) Utilizar nos termos regulamentares, os serviços que a ADECAP ponha à sua disposição.
2 – Os associados honorários apenas usufruem dos direitos consagrados nas alíneas d) e f) do número anterior, bem como tomar parte, sem direito a voto, nas Assembleias Gerais.

Artigo 6º
(Deveres dos associados)
1 – Constituem deveres dos associados:
a) Contribuir para o prestígio da ADECAP, fomentando por todos os meios ao seu alcance o seu programa de desenvolvimento;
b) Exercer os cargos para que forem eleitos ou designados, salvo motivo especial de escusa reconhecidamente impeditivo;
c) Cumprir e fazer cumprir diligentemente as obrigações estatutárias e regulamentares e as deliberações dos órgãos sociais;
d) Pagar com regularidade as contribuições e quotas fixadas pela Assembleia Geral;
e) Participar em geral nas actividades da ADECAP, cumprir os programas de trabalho definidos, bem como manter a assiduidade exigida no regulamento.
2 – O associados honorários apenas estão vinculados ao cumprimento do dever estabelecido na alínea c) do número anterior.

Artigo 7º
(Perda da qualidade de associado)
1 – Perdem a qualidade de associado:
a) Os que por escrito, o solicitarem à Direcção;
b) Os interditos, falidos ou insolventes;
c) Os que pela sua conduta contribuam ou concorram deliberadamente para o descrédito ou prejuízo da associação;
d) Os que de forma reiterada desrespeitem os deveres estatutários, regulamentares, ou ilegitimamente desobedeçam às deliberações legalmente tomadas pela ADECAP.
2 – A exclusão de um associado é sempre deliberada pela Assembleia Geral, por iniciativa própria ou sobre proposta fundamentada da Direcção, exigindo-se o voto favorável de dois terços dos associados presentes.

CAPÍTULO III
Órgãos Sociais

Secção I
Disposições comuns

Artigo 8º
(Órgãos)
1 – São órgãos sociais da ADECAP:
a) A Assembleia Geral;
b) A Direcção;
c) O Conselho Fiscal.
2 – A ADECAP poderá dispor ainda de um Conselho Consultivo.
3 – A mesa da Assembleia Geral, a Direcção e o Conselho Fiscal são eleitos em Assembleia Geral pelos associados, para o desempenho de um mandato de dois anos.
4 – A posse dos membros integrantes daqueles órgãos é dada pelo presidente da mesa da Assembleia Geral, mantendo-se os cessantes ou demissionários em exercício de funções até que aquela se verifique.

Secção II
Assembleia Geral

Artigo 9º
(Natureza e Composição)
A Assembleia Geral é constituída por todos os associados no gozo dos seus direitos associativos e as suas deliberações são soberanas, tendo apenas por limite as disposições imperativas da lei e dos presentes estatutos.

Artigo 10º
(Mesa)
1 – A Assembleia Geral é dirigida por uma mesa composta por um presidente, um vice-presidente e um secretário, eleitos de entre os seus associados.
2 – Ao presidente da mesa compete convocar e dirigir os trabalhos da Assembleia, no que será coadjuvado pelo secretário.
3 – Compete ao vice-presidente substituir o presidente nas suas faltas e impedimentos.
4 – Ao secretário compete redigir a acta ou minuta da acta das sessões.
5 – Na falta ou impedimento do secretário, será o mesmo substituído por quem a Assembleia na altura designar.
6 – Faltando a totalidade dos membros da mesa, a Assembleia Geral elegerá uma mesa “ad hoc” para a respectiva sessão ou reunião.

Artigo 11º
(Reuniões)
1 – A Assembleia Geral pode reunir ordinária e extraordinariamente.
2 – A Assembleia Geral reunirá ordinariamente uma vez por ano, até trinta e um de Março, para discutir e votar o relatório e contas da Direcção, bem como o parecer do Conselho Fiscal e aprovar, sob proposta da Direcção, o plano de actividades e orçamento.
3 – A Assembleia Geral reunirá extraordinariamente sempre que for convocada por iniciativa do seu presidente ou a pedido da Direcção, do Conselho Fiscal, ou por uma quinta parte dos associados.

Artigo 12º
(Convocação)
1 – A convocatória para a Assembleia Geral é feita por aviso postal, expedido para cada um dos associados com pelo menos oito dias de antecedência, dele devendo constar o local, dia, hora e ordem de trabalhos.
2 – Só poderão ser tomadas deliberações sobre assuntos que constem da respectiva ordem de trabalhos, salvo se, estando presentes todos os associados, estes deliberem, por unanimidade, a inclusão de qualquer outro assunto.

Artigo 13º
(Representação)
É admissível a representação de um associado por outro associado, mediante carta dirigida ao presidente da mesa da Assembleia Geral.

Artigo 14º
(Quorum)
1 – A Assembleia Geral não pode deliberar, em primeira convocação, sem a presença de metade pelo menos dos seus associados; em segunda convocação a Assembleia Geral poderá deliberar com qualquer número de associados.
2 – As duas convocações poderão constar do mesmo aviso postal, não sendo, todavia, lícito realizar a segunda reunião antes de decorrida meia hora sobre a hora marcada para a primeira.
3 – As deliberações são tomadas por maioria absoluta de votos dos associados presentes, excepto nos casos previstos nestes estatutos e na lei.

Artigo 15º
(Competências)
À Assembleia Geral compete:
a) Apreciar e votar o relatório e contas da Direcção bem como o parecer do Conselho Fiscal relativo aos respectivos exercícios;
b) Eleger e destituir a mesa da Assembleia Geral, a Direcção e o Conselho Fiscal;
c) Interpretar os presentes estatutos, aprovar os regulamentos necessários e decidir sobre os casos omissos;
d) Apreciar e votar o programa de actividades anual e os planos plurianuais, bem como o orçamento anual e orçamentos suplementares se os houver;
e) Fixar as jóias e as quotas dos associados;
f) Deliberar, sob proposta da Direcção, a admissão de associados ou a sua exclusão;
g) Outorgar a qualidade de associado honorário, às individualidades ou instituições que considere merecedoras de tal distinção, mediante proposta da Direcção;
h) Deliberar sobre todos os assuntos que lhe forem apresentados pela Direcção e pelos membros com base nas disposições estatutárias;
i) Deliberar sobre a dissolução da associação, nos termos do artigo vigésimo sexto;
j) Conceder autorização para a alienação dos bens imóveis;
k) Alterar os estatutos nos termos do artigo vigésimo quinto;
l) Deliberar sobre aceitação de legados, doacções, subscrições e donativos.

Secção III
Direcção

Artigo 16º
(Composição)
1 – A Direcção é o órgão executivo da ADECAP e é constituida por três membros, um presidente, que será sempre um associado fundador, um vice-presidente e um secre¬tário.
2 – Compete ao vice-presidente, substituir o presidente da Direcção nas suas faltas e impedimentos.

Artigo 17º
(Reuniões)
1 – A Direcção reunirá ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente por iniciativa do seu presidente ou a requerimento do vice-presidente, competindo ao presidente a respectiva convocação.
2 – As deliberações são tomadas por maioria dos membros presentes, tendo o presidente, além do seu voto, voto de qualidade em caso de empate.

Artigo 18º
(Competências)
1 – À Direcção compete exercer todos os poderes necessários à execução das actividades que se enquadrem nas finalidades da ADECAP e, designadamente as seguintes:
a) Administrar os bens da associação e dirigir a sua actividade podendo para o efeito, contratar pessoal e colaboradores, fixando as respectivas condições de trabalho e exercer a respectiva disciplina;
b) Representar a associação em juízo ou fora dele, na pessoa do seu presidente;
c) Constituir mandatários, os quais obrigarão a associação de acordo com a extensão dos respectivos mandatos;
d) Apresentar anualmente à Assembleia Geral os planos e os relatórios de actividades bem como as contas de gerência;
e) Dirigir o serviço de expediente e tesouraria;
f) Elaborar regulamentos internos, para posterior aprovação pela Assembleia Geral;
g) Requerer a convocação da Assembleia Geral;
h) Nomear comissões para o estudo ou execução dos objectivos e meios de acção da associação;
i) Propor a admissão de novos associados;
j) Nomear o Conselho Consultivo;
k) Organizar congressos, colóquios, seminários e outras acções que não estando previstas nas actividades mencionadas nos números anteriores se mostrem convenientes para a prossecução dos objectivos da associação.
2 – A ADECAP obriga-se pelas assinaturas conjuntas de dois membros da Direcção, assim como pela assinatura de um único mandatário com poderes para certa ou certas espécies de actos.
3 – A Direcção poderá delegar em funcionários poderes para a prática de actos de mero expediente.

Secção IV
Conselho Fiscal

Artigo 19º
(Composição)
O Conselho Fiscal é constituido por um presidente, um relator e um vogal.

Artigo 20º
(Competências)
1 – Compete ao Conselho Fiscal, examinar as contas da ADECAP e apresentar o respectivo parecer à Assembleia Geral.
2 – O Conselho Fiscal tem o direito de examinar os livros e documentos de escrituração, os quais lhe serão facultados pela Direcção, sempre que solicitados.

Artigo 21º
(Reuniões)
1 – O Conselho Fiscal reunirá ordinariamente uma vez por semestre e extraordinariamente a pedido do seu presidente, da Direcção ou de dois dos seus membros, cabendo ao presidente do Conselho Fiscal a respectiva convocação.
2 – As deliberações do Conselho Fiscal são tomadas por maioria dos membros presentes, tendo o seu presidente, além do seu voto, voto de desempate.

Secção V
Conselho Consultivo

Artigo 22º
(Composição e Reuniões)
1 – O Conselho Consultivo é constituido por um mínimo de sete membros e um máximo de onze, de reconhecido mérito científico-cultural, a nomear pela Direcção.
2 – O Conselho Consultivo reunirá por iniciativa do seu presidente, da maioria dos seus membros ou a pedido da Direcção, sendo as reuniões convocadas pelo Presidente.

Artigo 23º
(Competências)
1 – Compete ao Conselho Consultivo dar apoio à Direcção sobre matérias de índole científico-cultural, emitindo pareceres e recomendações.
2 – Os membros do Conselho Consultivo poderão participar nas Assembleias Gerais, sem direito a voto.

CAPÍTULO IV

Artigo 24º
(Património e Fundos)
1 – O património da associação é constituido por todos os seus bens e pelos direitos que sobre eles possam recair.
2 – Constituem fundos da associação:
a) As quotizações e contribuições dos associados;
b) Subsídios atribuídos;
c) O produto da venda de publicações e quaisquer receitas correspondentes a actividades organizadas pela associação;
d) Doacções e outras liberalidades;
e) Quaisquer outras receitas cuja percepção não esteja proibida por lei.

CAPÍTULO V
(Disposições Finais e Transitórias)

Artigo 25º
(Alteração dos estatutos)
1 – Os presentes estatutos só podem ser alterados em Assembleia Geral extraordinária reunida para esse fim.
2 – As deliberações da Assembleia Geral sobre alterações dos estatutos exigem o voto favorável de três quartos do número dos associados presentes.

Artigo 26º
(Dissolução)
1 – A ADECAP pode ser dissolvida mediante deliberação favorável da Assembleia Geral expressamente convocada para esse fim.
2 – A deliberação sobre a dissolução requer o voto favorável da maioria de três quartos do número total dos associados.
3 – Dissolvida a associação, a Assembleia Geral deverá nomear imediatamente a comissão liquidatária, definindo o seu estatuto e indicando o destino do activo líquido se houver, ressalvado o disposto no nº 1 do artigo 166º do Código Civil.

Artigo 27º
1 – Enquanto não forem eleitos os membros dos órgãos sociais a gestão corrente da ADECAP será assegurada por uma Comissão Instaladora podendo fixar provisoriamente o montante das jóias e quotas dos associados.
2 – No prazo máximo de cento e oitenta dias reunirá a Assembleia Geral Eleitoral para efeitos de realização dos actos eleitorais referidos no número anterior.
3 – Os assuntos não tratados nestes estatutos e os casos omissos serão regulados pelas disposições legais em vigor sobre associações e pela Assembleia Geral.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ROCK ART IN PORTUGAL : FROM THE PALAEOLITHIC TO THE IRON AGE (1994)





ROCK ART IN PORTUGAL : FROM THE PALAEOLITHIC TO THE IRON AGE


Paper presented to the 1994 International Rock Art Congress

( May-June,Flagstaff, U.S.A.)

by

VÌtor Oliveira Jorge & Susana Oliveira Jorge

Institute of Archaeology, Faculty of Arts, University of Porto, Portugal

0 - Introduction

Portugal is a small country, a periphery of the Southwestern Europe and of the Iberian Peninsula in particular. Its territory, with ca. 92.000 Km.2, has numerous rock-art sites, spread all over the land, but mainly concentrated in the northern area, with the exception of the Tagus valley art complex in the centre of the country, which represents the bigest concentration of holocenic rock engravings in Iberia.

Some of the Portuguese sites are simply marginal manifestations of "artistic provinces" which have their main representations in Spain. That is the case of Palaeolithic art (so magnificently displayed in the Cantabrian region), of schematic paintings in rock-shelters (abondant in Central-Southern Spain), and of some abstract compositions dominated by geometric-like elements (labyrinths, meanders, etc.), so important in the Southern Galician area.

Anyway, Portugal (together with some regions of Spain) possesses something almost unique: its numerous painted passage graves, mainly present in the northern and in the north-central regions, although a rich megalithic art exists all over the country, including engraved standing-stones. These last ones may occur in isolation, or in groups forming the so called cromlechs.

In chronological terms, the prehistoric rock-art of our country extends from the Upper Palaeolithic (ca. 20.000 B.P.) to the Iron Age (around the end of the first millenium b. C.). But, in fact, many rock surfaces continued to be used during the Middle Ages and even in modern times to express an enormous variety of graphic signs.

1 - Methodology of approach

This paper will be essentially descriptive, because its main goal is to divulgate, for a larger English speaking audience, a series of facts well known by Portuguese archaeologists. Anyway, we will present here, very briefly, some reflections about how prehistoric art should be approached, in order to avoid some false questions, and to enrich our vision of Prehistory as a hole.

The very field of "rock-art" is a conventional one. Obviously, the study of graphic manifestations on rocks only makes any sense if integrated in their prehistoric context , at all levels. Keeping in mind the important works made by Richard Bradley, we must see these clusters of gliphs as a means, among others, of creating a "cultural landscape" - a landscape which was not simply a "scenery" for human action, but an organized cosmos. In this sense, the physical pre-existences (like topographic elevations or water courses) or the transformations operated by man in the landscape ( the building of walls or earthworks, or the apposition of signs on natural places), all of them would be significant.

Another point to keep in mind is that, in societies where there are no written records, the meaning of things is necessarily fluid, not fixed in a text once for all. We know how complex and varied is the construction of memory in oral societies. So, to try to "decipher" the "original meaning" of a given rock-art panel (as if it was a Roman inscription, for instance) may be not only impossible, but above all absurd. Looking at rock-art, we are facing something which comes from another world - we not only know the "intentions" of the first designers of the compositions, but also we seldom ignore completely the transformations of sense which could be negotiated as time went by. Even if we had the access to informers, we should place them historically - they could simply being telling us what they think the rock-art figures mean, or what they imagine we would like to hear from them. There is no a-historical knowledge, no a-historical truth: only encounters of cultures, of people, and of thoughts, all of them conditioned by a particular set of circonstances.

Actually, we believe that everything made by man has, first of all, a contextual meaning. By this we want to stress than even ordinary activities whose "interpretation" seems obvious to us are extraordinarily complex and meaningful sets of actions. Trying to "reconstruct" them taking only the so-called "archaeological record" as a basis may seem impossible - but the important is not to reach a "final truth", but to avoid simplistic and naive interpretations, of which the archaeological literature is plentiful. For us, Europeans, what we know now about the cosmologies of the Australian aborigines, the South-African Bushmen, or the Southwestern North American Indians, serves as an important element to orient our interpretative imagination. Not to help us to say what our prehistoric "art" could mean or serve for, but to avoid "solutions" which are not plausible anymore.

We heard very much in this Congress about the "altered states of consciousness" and the universal modes of the brain' s work as a way of understanding rock-art. It is certainly a fruitful path into this field, but it has its dangers. To explain regularities by very general principles may be like to use a key which opens every door at no one at the same time. We fear any biological reductionism; we are social scientists and, the more we try to discover cross-cultural regularities, the more we need to pay attention to the uniqueness of human experience.

Above all, in every "science", we should always keep in mind that to explain everything, to make everything appear as coherent, is an illusion; every knowledge is sorrounded by an enormous shadow of ignorance. We respect those who only see the light; but we shall never forget the aureola of darkness from where new questions arise.

Having said this, we shall now turn to the Portuguese prehistoric rock-art, making it clear that much research is still in course or unplublished, and that in the next years the picture presented below will change significantly.

2- Palaeolithic Art

The most significant artistic displays in Palaeolithic style so far acknowledged in Portugal are the ornamented cave of Herdade da Sala, Santiago do Escoural (Montemor-o-Novo), which was discovered in 1963, and the open air engravings of Mazouco (Freixo de Espada-à-Cinta), detected in 1981.

The Escoural cave is a karst cavity which consists of an elaborate maze of galeries. It is about 37 meters long, measured in a straight line from the primitive entrance to the present one, which has been artificially opened by a stone quarry. The core of the sanctuary would have been located precisely in the large back room (the size of which contrasts with the exiguous access ways), an area where diversified paintings and over a hundred engravings were executed, the latter being, at least partially, more recent than the former. Adjoining galeries and small compartments have also been utilized in the same way. According to the research team that has resumed study of this representations, they would fit mainly into Leroi-Gourhan's styles II (Upper Perigordian - Early Solutrean) and III (Early Solutrean and Early Magdalenian), although some of them might persist up to more recent phases of the late Upper Paleolithic or even to post-Palaeolithic times. As to the thematics, it includes animal figures, mostly bovine and equine like, and several ideomorphs. The motifs in the first phase show quite a contrast with those in the second and third phases, for their clearness and visibility. Carvings of this latter phases testify as to the main use of an ever finer incision technique, while at the same time the representations tend to be concealed in hidden areas. More recently, Jordá Cerdá has expressed his view that the Escoural art would be arranged in two phases, one belonging to the Lower and the other to the Upper Magdalenian.

The Mazouco engravings are composed of zoomorphic motifs, using the subvertical set ocks as its support. This rocks belong to an outcrop of the schist-

grauwacke complex and are situated in the vicinity of the confluence of the Albagueira stream with the river Douro close to the Spanish border in far east Trás-os-Montes. The best preserved of this engravings is the one depicting a horse over 60 centimeters long, outlined by a deep streak (scratching technique), contrary to the other two, which show the pecking technique, but it is possible that this was, initially, the actual way to produce the big equine as well. This prominent horse presents a cervical-dorsal curve, a very jutting and arched mane, the tail and the hind feet are so arranged as to suggest a certain movement while the front feet are static in contrast, entirely represented but very short. One must point out the thickset look of the animal, the belly marked by a double line, the twisted or semi-twisted perspective of the body (in profile) which is given by the two right limbs, and certain aspects which are realistic in the detail, like the jutting of the lower jaw, the front hoofs and the representation of the male genitals. One must add that Jordá Cerdá regards this Mazouco engravings as belonging to the Middle Magdalenian (Leroi-Gourhan's style IV), just like the carved horse of Domingos García in Segóvia.

As to mobile art, one can only mention, in all safety, a decorated plaque coming from a Solutrean level of the Caldeirão cave (Tomar), studied by J. Zilhão.

3 - Megalithic Art

Leaving aside megalithic architecture (in its double status of funerary architecture - barrows and their internal structures - and of that related to the erection of standing stones, single or multiple) and the mobile art which is often found among the burial offerings of passage graves or other colective tombs, one is reduced to the paintings and/or engravings which cover the orthostats of some passage graves or the surface of certain "menhirs" (standing stones).

Together with Galicia, Portugal (mainly in the North and Center-North regions) has most of the decorated megalithic monuments to be found in the Iberian Peninsula. Besides, it is also in our country, specially in the Viseu area, that almost every known dolmenic paintings can be found, unfortunately very poorly preserved.

It is of course simplistic , as in so many other cases, to reduce megalithic art to a set of "primary motifs" , though it might prove useful in a first approach. E.S. Twohig considered the existence in the Peninsula of ten main motifs : human figure; skin skewmorphs; rows of triangles or Vs; vertical serpentlike shapes; horizontal serpentlike shapes; radiate linear motifs; U motifs; an indecipherable element, simply called "the thing". The first five would be characteristic of Twohig's group 1, or "Viseu group", and the last six ones ( thus including the vertical serpentlike shapes as well) would belong to group 2, a rather artificial group considering that it includes not only the passage graves situated to the north of the Douro but also a certain amount of diversified monuments in the south. This is a scheme which, although useful, hardly expresses the richness and complexity of the matter.

We have knowledge of passage graves which are only painted, others which, at least apparently , are only engraved, and others still which enclose paintings and engravings. It is obvious that there is no way we can ensure that the monuments where only engravings appear haven't also been painted, and it would be very important for us to be able to distinguish, in each of the monuments that show both paintings and engravings, what is the chronological, symbolic, etc., relation between the two sets of figurations. The discovery of engraved standing stones has also been rather frequent after E. S. Twohig wrote her work; one must emphasize the progressive identification in western Algarve of a vast number of menhirs, made out of limestone or red sandstone, with an usually conic or ovoid shape and relatively small sized, many of which are decorated with relief ( waving cords or series of ellipsis, vertically set). At the site of Caramujeira (Lagoa) such menhirs were connected to a settlement, particularly to its second stage of occupation, so it seems, ascribed to the second half of the IV th millenium b.C..

Maybe the most surprising element in all of the Portuguese megalithic art is the so-called "deer hunting scene" which covers one of the chamber's orthostats of the Orca dos Juncais passage grave (Queiriga, Viseu). It is a unique case in its composition, but this might just be a consequence of the poor preservation conditions of other such monuments where human (for instance, two men, one of them carrying a bow, in Lubagueira 4, Viseu) or animal (Fontão, Seia) figures can be found; one should also consider the possibility that these elements might occur without being part of any "scenes", as the two deer on top of the backstone of the Orca dos Juncais, for instance, seem to suggest. The stylistic classification of those figures itself raises problems for its originality : Abélanet calls it semi-naturalistic; Jordá Cerdá calls upon influencies, both of the world of Iberian schematic painting and of the Levantine art, to explain the decoration of Portuguese passage graves with human figures; A. Beltrán, finally, thinks that the figures on that particular passage grave are neither schematic nor levantine, and can't really be well fitted into any specific style knwon elsewhere.

This is a matter that calls for expansion and that would take us very far.But we will just mention the fact that Portuguese megalithic art is a confluence of semi-naturalistic, schematic and abstract motifs, and that sometimes, on the other hand,

the "ornamentation" is invading ( towards the surface of the orthostat or even the whole of the orthostats, as it happens in Antelas, Oliveira de Frades) , other times it is limited to a few figurations, which seem "lost" on the operative area of the stone (this is particularly obvious when it comes to engravings, unless we consider the possibility of their original completion with paintings). We are left with an image of a symbolically rather elaborated art, which might even be the manifestation of a "mythology", but whose plastic realization is rather diversified. On the other hand, the connections between some of its features and themes of the schematic painting or the open-air rock art, namely that on the Tagus valley, are quite obvious.

4- Art of painted rockshelters

Sites with schematic paintings can be found, so far, in two regions in our country : Trás-os-Montes and Alto Douro, and Alto Alentejo. The sites of Penas Róias (Mogadouro), Pala Pinta (Alijó), Cachão da Rapa (Carrazeda de Ansiães), Fraga d' Aia (S. João da Pesqueira) , as well as other not yet published "rockshelters" on the Douro and Côa, are located in the first region; those of Igreja dos Mouros, Lapa dos Louções and Lapa dos Gaivões, all of them in the Louções mountain (Arronches) and the so called Pinho Monteiro rockshelter, in the Monte Novo mountain (same generic area) belong to the second region.

The "rockshelters" of Penas Róias and Pala Pinta and the painted rock surface of Cachão da Rapa show, when compared, a set of very different themes and styles. At Penas Róias, there is a predominance of human figures with arched arms, some of which wearing head-ornaments, one with arms like wings or a phi. This motif, the Greek phi like figure, can also be found at Pala Pinta, but the prevailing themes are those of radiate shapes of several types, some evoking, according to some authors, astral conotations; there are also tree-shaped or branch-like figures which can be interpreted as anthropomorphic stylizations. Both sites referred to present monochromatic paintings in red. This does not happen at Cachão da Rapa, where the sui generis (for several reasons) figurations show the simultaneous use of wine-coloured red and dark blue. The theme here is of geometric character, with mostly quadrangular (filled inside so as to suggest a reticulated form) or eliptic (some of which depicting the bigger and the smaller axis) motifs; some of those quadrangular motifs show appendixes on their upper part, which sometimes are made of two vertical sets of small horizontal and parallel straight lines. As for Fraga d' Aia, it has revealed a probable "hunting scene", the hunted animal being the deer, which might be linked to the main occupation stage of this shelter (late IV, early III millenium b.C.?), and a frieze with aligned figures in an apparentely more recent style (proto-historic?).

Among the several known rockshelters in Serra dos Louções, Lapa dos Gaivões is the one harbouring the largest and the most significant amount of paintings, which can be sub-divided into various panels, and which were studied by Breuil in 1916. One must point out the anthropomorphic schematizations, several of them presenting arched legs and arms, sometimes even with three pairs of appendixes pointing upwards or downwards; there is also at least one case of protuberances on the upper part of the figure, evoking horns. One can find zoomorphic figures as well, and among these there is one looking like a large bull; there are also deer, a dog, a comb-shaped animal, and serpentlike or zigzag lines, series of dots and lines, etc. In 1961, A. de Castro and V. Ferreira have sustained that there was a figuration of an elephant on the ceiling panel. There are also anthropomorphic figures at Igreja dos Mouros, and a branch-like one stands out; as far as Lapa dos Louções is concerned, one might point out figures in phi and in the form of a hand, among others.

At the Pinho Monteiro rockshelter we are once more confronted with the presence of human stylizations, with arched arms and legs, and with figures in I, radiate motifs, one anthropomorphic figure with appendixes on top in the shape of horns, another one yet which has been interpreted as being in a standing position on a quadruped, etc.

It is clear that Portuguese painted "rockshelters", all of them located on the eastern area of the territory, the obvious variety of their themes notwithstanding, are just a natural extension westwards of the rich Andalusian schematic art ( or, more generally, of the Meseta), of which there are inumerable figurative parallels. Still, it is never excessive to point out the originality of Cachão da Rapa, which resists the several "deciphering" attempts it has been subject to.

5- The Tagus Valley art

The engravings at this complex, numbered in a few tenths of thousands, are located upon the schist-greywacke banks on the shores of the mid Tagus (and some of its tributaries), upstream and downstream the place called "Portas do Ródão", close to the border with Spain ( in whose joining territory there are still some engravings to be found), concentrated in 16 main nuclei and spreading throughout a stretch of river over 40 kilometers long. They were discovered in 1971 and most of

them were submerged , some time later, by an artificial lake created by the Fratel dam. Chronology has been the object of much debate. Different hypothesis have varied between a wide evolving sequence - from the Epipalaeolithic or Neolithic to the Iron Age (Serrão and others; Gomes and Monteiro) - and a more limited period division, situated between the Epipalaeolithic and the Iron Age (Anati) or the Neolithic and the Bronze Age (Baptista). Whichever the case, we are dealing with the largest set of engravings ever to be executed on open-air rocks, not only in Portugal but in all of the Iberian Peninsula. Most of it is still unpublished, so research would be still quite promising, since a large percentage of the information it contains was registered just in time, on what was one of the biggest archaeological rescue opperations ever to be carried out in our country.

Executed upon the intensely river polished schist-greywacke rocks, and usually on horizontal surfaces, the Tagus engravings have been obtained by hammering. Unlike the art of the Spanish Levant, or, to a certain extent, Iberian schematic painting, the themes on these engravings present no identifiable narrative contents : in general, we are dealing with very abstact mythograms, with compositions that do not depend upon "scene" representation and that testify to a high degree of graphic symbolism. Even when clearly "recognizable" motifs do appear, such as anthropomorphic or zoomorphic figures, it is plain to see that they are part of a "language" which is quite difficult to "decipher" for it consists, mainly, of geometric-abstract signs, using mostly the circle. Simple circles, cup and ring marks, concentric circles, ovals, radiate circles, meander like lines, spirals, are the most representative elements on the Tagus valley, and are often connected with each other or with anthropomorphic or zoomorphic figures. J. Abélanet recently wrote that " the motifs made out of circles and spirals which can be found in great quantity and in an untarnished condition, so to say , on the rocks of the Tagus area, may be considered a genuine Portuguese contribution to the constitution of Atlantic rock art. Such motifs are virtually absent from painting on the Southeast and are rather scarce in the plain of the Guadiana river, and these are regions open to influencies coming from the atlantic coastline ". The thing that draws one's attention is that even when two or more motifs are clearly and directly connected, they do not express an action (which would therefore imply the time factor) but rather a concept or probably a mythical entity: the examples are, among others, rock 12 of Ficalho site (one of the several sites in this complex) where a schematic anthropomorphic figure seems to be "heaving" a circular radiate figuration in his arms (a solar motif?) , or rock 241 of S. Simão where another anthropomorphic figure, this time not so schematic, apparently holds up a dead deer. It is possible that the dear, with its circular antlers, has been considered as a symbol interchangeable with the solar one.

The art of the Tagus valley doesn' t belong to one single period, to be sure. There is here a noteworthy diversity in styles, from the seminaturalistic to the schematic, the symbolic, the abstract. But this fact alone does not immediately allow us to construe a period division based on the supposition of a linear evolution, like the one Anati offered concerning "Galaic-Portuguese" art, already known before the Tagus discovery. The almost decisive certainty with which some hypothesis concerning this matter have been presented can lead those less prudent into error, not to mention the risk it envolves of closing the investigation to a constant effort of revision and to increasing observations. This is so because each style or group of motifs tends to be seen as a sort of "type-fossil" characteristic of a certain chronological-cultural stage. Investigation is therefore put at risk, as explained before, threatened with stagnation, especially in the case of the Tagus, for the percentage of engravings so far thoroughly published and commented is still small.

On the other hand, there are, obviously, themes in the Tagus valley which also occur in other artistic "circles" in the Peninsula, like in passage grave art (parietal or mobile), in schematic painting, or in other prehistoric sites or complexes with rock carvings. This makes us suspect of the intersection, or complex intersections, which surely must have occurred among those diversified artistic "worlds". Still, we will always wonder wether to a certain motif, even within a short chronology, the same "meaning" can always be ascribed, regardless of material support and of the specific context in which it occurs. Certainly this was not the case. Anyway, we must stress again that one of the most exciting things about Portuguese holocenic rock-art is the fact that we sometimes find the same "motifs" or "styles" in different contexts - engraved rocks, painted rockshelters, passage graves - which raises a rich set of questions, beeing a good stimulus to increase comparative research.

Whatever its internal evolution and the artistic "circles" it might have "influenced" and by which it might have been "influenced", the art complex of the Tagus shows a strong homogeneity and originality, rendering it one of the most fascinating monuments of our prehistoric art, despite the difficulties in its study and interpretation.

6- Art on engraved rocks in the Northern Portugal and in the Beira region

This section covers a vast set of sites with petroglyphs in the North and Centre-North of the country. We are dealing with all of them simultaneously because it is more practical in a short and allusive text such as this one, for the geographic scattering of this sites, together with the thematic, stylistic and technical heterogeneity of the motifs which occur, show that we are before a vast "nebula" of difficult classification.

In 1940 Santos Júnior presented a first account of the whole of these sites, where he considered that a small percentage of the engravings then known must be neolithic, while others would belong to the Bronze Age and the majority to the Iron Age; he admitted that some would be mere territorial landmarks. In the 60' s, using a whole other methodology, Anati suggested the existence in the art of the Northwest of the Peninsula of a long lasting artistic cycle, and divided the usually called "Galician-portuguese group" into five stages, between the Epipaleolithic and the Iron Age. The development of investigation brought on by Anati's work , both in Galicia and in the North of Portugal, would however question the linear evolucionism underneath his theory. We must point out that, in 1980, A. M. Baptista wrote the following : "(...) most researchers accept (...) the existence of a sole artistic group or cycle in the engravings of the Northwest, but in our opinion this is a work hypothesis which needs more precision". The following year, on the subject of the vast "sanctuary" of Gião (Arcos de Valdevez), the same A. M. Baptista, though stating this was "a big site in the expansion area of the galaico-portuguese group", concludes, further ahead, that "in it the absolute absence of the classic shapes of the galaico-portuguese group comes to sight (...) ".In the sequence of this investigations and reflexions, one of us (V.O.J.) had the oportunity to suggest to the "International Colloquium on Schematic Art in the Iberian Peninsula" (Salamanca), in 1982, that the concept of a galaico-portuguese group should be revised, for it was overtly inadequate to deal with the complex reality it tried to translate. The proof that this suggestion has been accepted is the fact that, the following year, A. M. Baptista presented , at the "Northwestern Archaeology Inter-Universitarian Meeting" (Porto, Faculty of Arts) , a most important paper in which, and for the first time, the petroglyphs of the North of Portugal were subdivided into two groups. A third group enclosed filiform type engravings, done by scratching on rock, unlike the former obtained through pecking. Still, it is clear that this proposal was just an initial contribution towards a classification which might be more discriminating. If not, suggestions pointing in this same direction were presented by one of us (S. O. J.) in 1986, in the book called "Povoados da Pré-história Recente da Região de Chaves - Vila Pouca de Aguiar (Trás-os-Montes Ocidental)" ("Latter Prehistoric Settlements of the Region of Chaves - Vila Pouca de Aguiar").

Martinho Baptista's "Group I" coincides generically , according to the author himself, with the "galaic-atlantic" engravings of Lorenzo-Ruza, both in its coastline distribution and in its themes, which includes simple circles, concentric circles, often with a cupmark in the centre and sometimes combined with each other, meanders, straight lines and curves, "proto-labyrinths" and labyrinths, spirals, some weapons, zoomorphic figures, anthropomorphic figures and the so called "ideomorfs". Most of the sites in this region are located in Southwestern Galicia (district of Pontevedra), and the Portuguese ones are thought to be peripherical extensions of that group. We must underline the fact that the Galician nucleus is far from being homogeneous. It shows a clear diversity which might eventually go beyond the mere status as "variants" of a group and demand that several groups ( and/or artistic stages neatly delimited among them ) be created . This would make sense not only because of the represented "themes" ( whose "isolation" in this context is always somewhat artificial), but also and specially because of their relative organization ( the arrangement of the motifs among each other and regarding the usable area of the rock, i. e., the conception of the whole composition as expressed by the panels).

Among the portuguese sites ascribed to "Group I", Bouça do Colado (Lindoso, Ponte da Barca) and Monte da Laje (Valença) should be pointed out, not only for their intrinsic importance but also because they have been subject to careful analysis. At Bouça do Colado there are eight engraved rocks, the largest and most significant one being rock 1. In the centre of this particular rock we can find a set of elements consisting of concentric circles, subcircular shapes, cupmarks, a spiral and other lines which A. M. Baptista interprets as being an "idol like" anthropomorphic feminin figure. It is not impossible that we might in fact be dealing with a motif of anthropomorphic character, curiously enough consisting of geometric like elements and therefore displaying an unusual degree of stylization, higher than that of the so called "idol" of Coto dos Mouros, Villadesuso (Galicia), for instance, as the author himself points out; but this is obviously only a research hypothesis. In the surroundings of the "idol like" figure, still on the same rock, we can find a series of motifs that also have circles as their basic element, along with dots and lines of different sorts, among which "proto-labyrinths" . This is therefore a typical example of geometric-abstract art, in which figures having the circle as their basic element often appear connected among themselves by more or less straight lines or wavy ones,constituting a sort of "web" potentially envolving the whole of the rock or a large operative surface. In a peripherical position both on rock 1 and rock 4, there are some quadrangular figures ( more precisely a square one and a rectangular one) with reticle inside, which will later on be mentioned. As for Monte da Laje , what we have there is a large rock where the figuration of two weapons (daggers or short swords) stands out, near which several circles can be found, usually concentric ones and, to the left and the right of the panel, more or less elonged figures cut through inside and described as "idol type" motifs. One of them (motif number 3) has even got excepcional dimensions, elongated and with two circles with a central cupmark at the upper extremity. There is still, among other motifs, a reticule, off-centre when we consider the other motifs on the rock. This association of weapons to elonged figures of "idol form" type ( a concept that calls for a further clarifying effort on the part of the specialists ) and to circular motifs is very rare, if not unique in the rock art of the Northwest of Iberia. On the other hand, at Monte da Laje there is no evidence (except for the broken line which starts from the "idoliforme" number 19) of that organization which is so characteristic of Bouça do Colado and of some other carved rocks of the NW, wherein the different "motifs" are intertwined by lines forming a intrincate tissue which seems to express, symbolically, the multiple relations between the elements of the mythographic "narrative" (in Leroi-Gourhan' s sense).

We must mention as well some engravings made public a long ago by A. Viana in Alto Minho. Laje das Fogaças and Laje da Chã das Carvalheiras in Lanhelas (Caminha) deserve special atention as do the engravings at Carreço (Viana do Castelo). The ones at Lanhelas are the most interesting, for they present semi-schematic figurations of static quadrupeds, one of which, on the first slab, is in the vicinity of a set of circular compositions that also include sub-quadrangular figures, spirals, etc. The style of these quadrupeds is not far from congenerous galaic figurations.

Martinho Baptista's "Group II" would spread from the district of Pontevedra to the Beiras, therefore enclosing the North and the Centre-North of Portugal. Unlike "Group I", it tends to have a more inward distribution. If the former is rather heterogeneous, "Group II", represented by a large number of sites, is even more so; it would include carved places that, as we see it, are diversified enough stylistic and thematicwise to justify a finer classification ( even if the future development of investigation might suggest re-groupings ). Anyway, the lack of good surveys and up-to-date monographic studies for such vast areas hinders the possibility to envisage these problems as a whole.

From a thematic point of view, "Group II" presents a wide variety of schematic anthropomorphic figures, several types of geometric motifs ( squares or rectangles, often segmented inside; circles with marked diameters; semi-circles in the shape of a "horse shoe" ), and other signals like "hooks" ( a cupmark prolonged by a straight line that curves at the end), spirals, human footprints, "palettes", swastics, etc. Among the anthropomorphic figures, we must point out those with the bent or straight limbs ( in an oblique position, i. e. , in an inverted V, or in an horizontal position ); there are some special cases like the stylized anthropomorphic figures in the shape of a Greek phi, which A. M. Baptista considers to be of southern affiliation given their frequent presence in sites with schematic paintings, and the cruciforms, which that author sees as extreme stylizations of the human figure, being well aware, of course, of the risk that they might be mistaken for christian boundary markings, so common in the North of our country.

Among the sites that the above mentioned author includes in this "Group II" , those of Gião (Cabana Maior, Arcos de Valdevez) and of Tripe (Mairos, Chaves) deserve special atention. At Gião there are about fifty carved rocks corresponding to exposed surfaces of the granitic bedrock, in the centre of a natural amphitheatre surrounded by a wall made out of big blocks (Gião I); the wall itself presents lots of engravings (predominantly cruciforms) on 27 of the rocks pertaining to it, though these might already be historic. As to the engraved surfaces, according to A. M. Baptista, the noteworthy aspects are quadrangular motifs ( sometimes with rounded corners) whose interior is divided by perpendicular lines; anthropomorphic figures in phi; several other schematic anthropomorphic motifs; cruciforms of different types, some of which surrounded by a circle; etc. This author is quite right to inquire "wether the engravings of squares or rectangles with rounded margins, segmented by a line, in some cases by two parallels, cut by a perpendicular, can be typologically anthropomorphic figures as well". In fact, at rock 15 of Gião 1 for instance, certain rectangular motifs seem to be the result of a complexification of the phi shape by successively adding segmented rectangles, almost like in the world of Iberian schematic painting with certain "tree like" motifs, in which the arched limbs of the simpler anthropomorphic figures multiply themselves ( suggesting centipedes). This is a frequent tendency in schematic art : when a certain degree of stylization is reached, it is as if shapes "generate" each other almost "instintively", through addition or subtraction of elements, thus creating a transmutation which might lead to subtle changes in meaning ( hierarchization of represented elements, for instance ) ; but this might as well be the result of a desire for ambivalence, for voluntary ambiguity (so common in rock art all over the world), figurating images which can in fact be interpreted in different ways, suggesting a polissemic character accordingly to their symbolic nature. One might add, to the point of Gião, that outside the amphitheatre we mentioned, a rock has been located ( Gião 2 ) upon which star like motifs and quadrangular figures ( in some cases almost circular, given the rounded corners) can be seen, among others. They are segmented inside in four equal parts by perpendicular lines and sometimes there is a dot in each of those parts.

As to the site at Tripe, it constitutes of 82 engraved rocks belonging to a set of granitic surfaces inserted in an open space, also like an amphitheatre, that stands over the tilled plain of Chaves, not far from a settlement escavated by one of us (S.O.J.) ( though some of these rocks are loose blocks, and some of them are even carved in more than one side ). Their iconography includes mostly schematic anthropomorphic figures of different types, among which several variants of the phi shape; one semi-naturalistic anthropomorphic figure; an anthropomorphic figure riding a quadruped; an equid; "horseshoes", circles, small incomplete spirals, human footprints, "palettes, dots, etc. The cruciforms are particularly abundant; reticle compositions, so typical of the Gião site are here, on the contrary, absent. This is why, and although there are obvious parallels between the two places, one must wait until both are fully published before advancing a global comparative appreciation of the style or styles found in them.

In the wide region that we've been considering in this section there are other rock art sites with carvings obtained through hammering, whose inscription in one of the two conventional groups mentioned is often quite debatable if not farfetched. We might even as of now indicate the carvings of Monte de Eiró (Penha Longa, Marco de Canaveses ) or at Fragas da Lapa ( Atenor, Miranda do Douro ) or at Mestras ( Góis ) as examples; we shall at this point refer to them briefly. The carvings at Eiró present spirals that are prolonged into wavy or meander like lines, which in some cases roll back again into a spiral going in the opposite direction. Spirals, serpent like lines and big reticle motifs are the "themes" that appear to be the most relevant. But a rigorous study resorting to the bichrome colouring method for the detection of other engravings that might still survive at the spot and the occasional time relation between the different motifs is still missing. At Fragas da Lapa we have six panels where meanders occur, as well as spirals linked to each other, a semi-schematic human figure, cruciforms, etc.; but it is panel 3 the one presenting the most important figurations. Not only it has two anthropomorphic figures with phalli, it is furthermore pouring with quadrangular motifs, segmented inside by straight lines in more or less equal parts; from two of them starts a proliferation of meander like lines that spread over the surrounding surface and that might be connected to other motifs. The themes are quite unique and they bring to mind echoes of the megalithic art and of motifs that can also be found in the art of the Tagus or at Eiró, for instance. Yet the tendency towards the connection of several motifs by means of more or less simple or winding lines appears once more, as we had already found in the so called "Group I" of the Northwest. At Mestras we are confronted with a set of three locations where, besides "horseshoes" and cruciforms, we find quadrangular or rectangular figures, with rounded corners ( in some cases almost with an ovoid shape ), segmented inside by perpendicular lines. Some of these figures end in appendixes, as is quite visible at Mestras III , where one of these motifs has been filled in full and has the shape of a "pallet". It is rather tempting to establish a parallel between these quadrangular figures of Mestras, segmented inside and so many other reticle figures of Iberian schematic art (in a wide sense) , motifs that often have appendixes like the ones in the big central figure on panel 3 at Fragas da Lapa; it would also be entycing, having Mestras III as reference, to associate the pallet shapes with those reticle and even with the paintings at Cachão da Rapa... but this method of successive pontual and impressionistic approaches, which allows certain archaeologists to construe a rather generalizing and learned speech (with negative conotations ), is not ours.

As we observe the engravings done by pecking in the territory of the North of Portugal and in Beira Alta and Beira Litoral, we see that there is such diversity that we can't help wondering wether, even if we admit the existence of certain more or less identifiable "groups", the consideration of an essential polymorphism, i. e. , the existence of themes and styles that spread and constitute a nebula of rock art manifestations where diversified combinations may occur, in each individual case, is not commandatory. It is still early, possibly, to move any further into this problematic, for exaustive surveys which require time and specialists are still in order; but we should be open to all interpretative possibilities, and not restrict ourselves , at this point, to two groups, as before we shouldn't have been restrained to one only. Furthermore: we must not force ourselves to build groups, at least those of wide chronological and spatial scope, no matter what. The polymorphism we spoke of is even more obvious if we consider such diverse manifestations as the decorated rock at Ardegães ( Águas Santas, Maia) which presents concentric circles and a wide reticle similar to the so-called "written stone" at Serrazes (S. Pedro do Sul ); Outeiro Machado ( Val de Anta, Chaves ), one of the rock art sets with the largest number of engravings in the North of Portugal, containing cruciforms, dots, "horseshoes", "palletts", phi motifs, pairs of dots united by a straight line, and the so called axes; the rock-shelter of Solhapa (Duas Igrejas, Miranda do Douro), with engravings made by pecking and scratching, which have recently been the object of a new study by M. J. Sanches, etc . Not to mention the diversity of engravings in Beira Alta where, following the work of Celso T. da Silva, a sistematic study of the whole is in order. So far, and to our knowledge, only the rocks engraved with human footprint like motifs at Alagoa (Tondela, Viseu) have been studied by means of exaustive methods (tracing on plastic field sheets after aplication of bichrome colouring contrast).

Finally, we shall now refer to the engravings obtained by the scratching technique, or filiforms . The best known sites are in the Douro valley - Vale da Casa (Vila Nova de Foz Côa ) and Pedra Escrita de Ridevides ( Alfândega da Fé) - and in Beira - Pedra Letreira (Góis) and Molelinhos (Tondela). At Vale da Casa, an emergency survey ( similar to the one in Tagus, brought on by the construction of a dam ) allowed for 21 rocks with ancient engravings to be registered. These are schist-greywacke banks where most of the carvings are done by scratching ( there are also percussion made engravings to which we will make no special reference here ). We can find the representation of zoomorphic figures ( especially horses but deer and dogs as well ), anthropomorphic figures, weapons, some geometric figures, and an inscription which reminds us of the "Iberic" style of writing. Although there are many superpositions which make it rather delicate to study these engravings ( rock 10, thought as the most important in the whole set was at first an intricate entanglement of forms ), this rock art site is one of the easier to date in the country, thanks to its iconography. The horses, even though they show a certain variability, are typical of an Iron Age style, and this is corroborated by the presence of "falchions", among other weapons ( spears or darts, bows and arrows, a sword or machet, shields maybe ). At rock 23 we find a horse rider upon his mounting holding a spear and attacking a deer that is surrounded by dogs; this scene ( specially because it has the inscription mentioned above beside it ) reminds us of similar compositions in "linear art" of the Catalan Pyrenees, which has been studied by Abélanet in his book. The author himself mentions that Portuguese filiform figures seem to insert themselves into the "world" of "linear art" ( even though he only refers to Pedra Letreira de Góis ) ; it is, to say the least, an interesting hypothesis. The so called "Written Stone" of Ridevides shows in an ( at least apparent ) disorder, a large amount of symbolic figurations, including reticle, escalariformes, straight lines or slightly wavy ones, some elongated and in some cases starting from dots, triangular shapes, quadrangular shapes, cruciforms, etc. A part of the filiform figures are superposed by pecked motifs, at the edge of the panel. On Pedra Letreira, there are also reticles ( two of which with a peculiar morphology, described as having a "shield" form ), ladder like forms and triangular figures segmented inside. In some cases we might just be dealing with figurations of arrows with a triangular end; at least in one of them its association to a bow seems obvious. The representation of weapons repeats itself at Molelinhos ( whose systematic study has been carried out lately by Ana L. Cunha) where, in the middle of an abundance of motifs of geometric drift, one can see "falchion" like blades , sickle like blades and possibly daggers, spear heads, etc. Despite the identity of technique, the tendency towards the proliferation of geometric like motifs invading the rock surfaces, and the figuration of weapons ( very rare in Portugal on pecked engravings ) in several cases, the filiform carvings might also be connected to a wider or narrower chronology, and therefore a more complete study is necessary in order to allow for a wider focus and for a better understanding of their possible relation to other peninsular filiform groups ( in the area of Cáceres - Spanish Estremadura - and in the Catalan Pyrenees ). It is obvious that we are, at least partially, dealing with protohistoric figurations ( Iron Age), but which might of course have more ancient roots and further developments.

7- Closing statements

There are only a few researchers consecrated to our prehistoric art and only in the last twenty years, approximately, have we witnessed the growth of field research with a strong methodological basis. On the other hand, this is one of the domains in archaeology where subjectivism (in the bad sense of the word, i. e., methodological and interpretative improvisation) most easily pervades, as is visible through several symptoms such as overrating of a new piece of information which is then thought of as the "key" to a whole set of problems, the decontextualized comparison of facts in order to establish chronological-cultural conclusions, loosing the notion of "scale" that rules certain inferences, the easy slip from descryptive analysis to interpretation suggested by the terminology used ( loaded with "subjectivity" ) and which is made familiar through repeated use, etc. The style of description is often (bad) literature prone, manifesting confusion between the object and the method of the investigation. One observes also, and more frequently than not, the use of categoric expressions as if the conclusion reached was the only natural and logical one. Restraining from any cheap psychoanalysis, still this seems to be somewhat of a subconscious compensation for the natural difficulties the author faces when trying to interpret often so enigmatic prehistoric rock art fugurations.

"Megalithic art", "art of the painted rockshelters", "art of the Tagus valley", "art of the engraved rocks on the North of the country", these titles for sections of this paper show by themselves quite an arbitrary classification on the subject of our rock art. Sometimes it is based on the type of sites where it is to be found - megaliths, rock-shelters - other times, on geographic criteria - Tagus valley, North of the country - wich have variable range. None of these themes can be understood by itself, for it is quite easy - as we have underlined above - to find the same "motifs" in different contexts, nor can they be enclosed within the arbitrary historic borders of our country. From all the groups considered, only the one at the Tagus valley is practically all on Portuguese territory , but even here we find echoes ( or origins) of diverse peninsular "influences".

The specific methodology required notwithstanding, research on rock art has only to profit from its insertion in regional research projects that might unravel the context of settlement and its evolution, establishing an ever more solid framework in which to inscribe those manifestations.

In this paper, as we said before, we just tried to present a general outline of the subject to a public of English readers, because it deserves closer attention from our colleagues of other countries, if they want to get a more comprehensive view of the Western Europe rock-art. The paintings and carvings on the orthostats of our passage graves, and the thousands of petroglyphs of the Tagus valley, to name just two of the matters treated above, are indeed part of an important heritage of humanity, in its early graphic expression.

Porto, May-July 1994.

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